O Brasil, apesar de ser uma das maiores economias do mundo, ainda enfrenta grandes desafios no setor de saneamento básico. Atualmente, cerca de 15% da população não tem acesso à água potável e metade não possui rede de esgoto. Além disso, quase 50% do esgoto coletado não recebe tratamento adequado.
O marco do saneamento, aprovado em 2020, trouxe esperança ao incentivar a participação da iniciativa privada. A meta é que, até 2033, 99% da população tenha acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto. No entanto, os investimentos necessários para atingir essas metas ainda estão aquém do ideal. Em 2022 e 2023, o investimento médio foi de R$ 24,6 bilhões por ano, enquanto o necessário seria de R$ 74,4 bilhões anuais.
A Sabesp, por exemplo, prevê antecipar a universalização para 2029 em municípios paulistas, mas muitos especialistas já consideram inevitável estender o prazo para 2040 ou além. A Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon) estima que, no ritmo atual, a universalização só será atingida em 2057.
Para superar esses desafios, é crucial manter o marco do saneamento, capacitar os municípios e auxiliar na elaboração de contratos de concessão e licitações. Adiar prazos não será suficiente para cumprir os objetivos de universalização, e é necessário um compromisso claro e contínuo para avançar no saneamento básico no Brasil.
Fonte: https://www.estadao.com.br/opiniao/saneamento-a-passo-de-tartaruga/#:~:text=Pela%20lei%2C%20at%C3%A9%20o%20fim,atingi%2Dlas%20no%20prazo%20estipulado.
